...sabor exótico a...sal?!

A história conta-se no tempo que a lágrima demorou a desenrolar pelo seu rosto…
A noite começou numa viagem afrodisíaca de sabores. Um jantar romântico preparado com temperos exóticos dos que fazem fervilhar a língua e os sentidos. E chá, um chá que ela desencantou numa feirinha de rua aconselhado por uma mulher de aspecto exótico e distante, uma mistura de ervas finas que elevam um formigueiro de hormonas desde o ventre á base da cabeça onde o pescoço se funde nos seus cabelos delicados também eles cobertos de um perfume atraente.
A lágrima era apenas salgada…
Depois do jantar desembrulharam as prendas. Três meses de…relacionamento…deram direito a troca de prendas, ele ofereceu-lhe uma magnólia, bela, rara…ela estava embrulhada em seda e renda e o desembrulhar foi lento ao som do crepitar da lareira. Um fogo ardente aquecia-os aos dois.
A lágrima era morna apenas…
Com o seu presente já desembrulhado ele prestou-se a carícias intensas sobre o mesmo. Dançou com os dedos no pescoço dela, onde poisou beijos e plantou suspiros fogosos. Percorreu a pele nua que separava o seu queixo do umbigo com as pontas dos dedos suavemente enquanto o seu peito palpitava nas costas dela. Mais abaixo sentiu o desejo que procurava, ela rebolou nele e depositou um beijo também ele húmido na sua boca. E deitaram-se…As brasas ruboresciam e parecia que o próprio fogo se tinha acercado do seu leito e ardia agora numa massa única composta por dois desejos fundidos no acto luxurioso que os mantinha unidos. A lágrima já não tardava a brotar única do canto de um olho…
Ele carregou-a ao colo até ao auge da sua sexualidade. Atingiram-no juntos saboreando ao mesmo tempo o doce paladar ambrosiano na profundeza dos sentidos. Ela ao mesmo tempo que lhe cravava as unhas na perna puxava também o cabelo dele inclinando a sua cara num mergulho forçado no seu peito e proferiu o nome…não era o nome dele…
O arrependimento instantaneamente trouxe a lágrima…
Ele triste acompanhou o trilho molhado…inspirou fundo quando a lágrima se separou do queixo da sua amante e conseguiu ver um arco-íris quando o traço de cristal desenhou no ar o seu caminho até ao seio nu…
Seria justo ter ciúmes de alguém que havia falecido mas ocupava os lábios da sua amante? Inseguramente recolheu com um beijo a lágrima, olhou a sua amante nos olhos e sentou-a na beira da cama…
Não se lembra do caminho nem tem noção do tempo que demorou desde que os seus olhos deixaram o vermelho vivo da lareira que jazia suspirando as suas últimas brasas junto de ambos e se inundaram da luz radiante e prateada do luar que o esperava no frio…sozinho inspirou na rua e seguiu o seu caminho ainda menos acompanhado.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sim, desperta os sentidos.
E se a imaginação for boa, a viagem ao prazer é garantida...

;)Má